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Como condomínios devem se preparar para a nova diretriz nacional de recarga de veículos elétricos.

  • Foto do escritor: Leandro Justino
    Leandro Justino
  • 17 de set.
  • 3 min de leitura
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Nos últimos anos, os veículos elétricos deixaram de ser apenas uma tendência e se tornaram realidade no Brasil. Essa mudança também chegou aos condomínios, que agora precisam se adaptar para oferecer infraestrutura adequada e segura para recarga.


Pensando nisso, foi publicada uma diretriz nacional dos Bombeiros, que estabelece regras claras para a instalação e uso de carregadores em garagens de condomínios, estacionamentos e prédios. Mas o que isso significa, na prática, para síndicos e moradores?


O que diz a nova diretriz


A diretriz determina que a recarga em condomínios só pode ser feita de forma segura e padronizada. Os carregadores autorizados são:


• Modo 3 (wallbox) – carregadores de parede, comuns em garagens.

• Modo 4 (carga rápida) – usados em pontos específicos, com maior potência.


Os modos 1 e 2, que utilizam tomadas comuns, foram proibidos, justamente para evitar riscos de incêndio e sobrecarga da rede elétrica.


Exigências de segurança


Entre os principais pontos da norma, destacam-se:


• Botão de emergência: cada ponto de recarga deve ter um desligamento manual a até 5 metros.

• Disjuntor exclusivo para cada carregador.

• Sinalização clara indicando a presença e localização do carregador.

• Distância mínima de 5 metros das rotas de fuga do prédio.


Além disso, novos prédios terão exigências ainda mais rígidas, como sistemas automáticos de combate a incêndio (sprinklers), ventilação mecânica e paredes resistentes ao fogo por até 120 minutos. Já os condomínios antigos precisarão se adaptar gradualmente, incluindo laudos técnicos e melhorias na segurança.


Como chegamos até aqui


A diretriz foi resultado de anos de debate entre entidades como Secovi-SP, ABVE e SindusCon-SP.


Houve consulta pública, reuniões técnicas e até críticas a medidas consideradas exageradas (como muros e distanciamentos muito grandes). O texto final buscou equilibrar segurança e viabilidade, mas ainda gera discussões.


Ponto polêmico: exigências desproporcionais?

Algumas associações ligadas à mobilidade elétrica classificam a norma como “discriminatória” em relação aos carros elétricos.


Isso porque estudos indicam que veículos elétricos têm menor risco de incêndio do que os movidos a combustão. Ainda assim, as exigências para elétricos são muito mais rigorosas.


Ou seja: na prática, os custos de adaptação ficam altos e podem gerar conflitos entre moradores que usam (ou não) veículos elétricos.


Impactos para os condomínios


A diretriz traz grandes implicações práticas:

• Financeiro: obras de adaptação podem custar caro, principalmente em prédios antigos, e o rateio gera debates.

• Jurídico: síndicos e condomínios podem ser responsabilizados em caso de omissão ou acidente.

• Valorização imobiliária: prédios adaptados tendem a se valorizar no mercado, enquanto os que resistirem podem desvalorizar.

• Social: moradores podem divergir sobre quem deve arcar com os custos, gerando tensões.


O que síndicos e gestores devem fazer agora


Se o seu condomínio ainda não começou a se organizar, aqui vai um passo a passo prático:


1. Levantamento inicial – verificar quantos moradores querem pontos de recarga.

2. Análise elétrica – contratar engenheiro para avaliar a capacidade da rede.

3. Assembleia – aprovar o projeto e o rateio de custos com todos os moradores.

4. Projeto técnico – instalação só pode ser feita por profissionais habilitados com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

5. Registro e documentação – tudo deve ser documentado em atas, laudos e comunicações oficiais.


A diretriz nacional dos Bombeiros é um marco importante para a mobilidade elétrica no Brasil. Ela traz padrões de segurança necessários, mas também impõe desafios técnicos, financeiros e de gestão para os condomínios.

Com diálogo, planejamento e apoio profissional, a adaptação pode ser vista não como problema, mas como oportunidade de modernizar e valorizar o patrimônio. Afinal, o futuro da mobilidade já está na garagem do seu condomínio.

“O seu condomínio já está preparado para receber carros elétricos? A hora de planejar é agora!”


Ficou com alguma dúvida, nos envie uma mensagem que lhe auxiliamos..


Dr. Leandro Justino
Dr. Leandro Justino





 
 
 

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